Seraphine Ayers escreveu:o blackpink inteiro aqui

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<center><div class="pjbr-pp">Início do Fim</div>
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Eu tinha certeza de que não deveria confiar naquele recado. A mensagem era clara: encontre-me na clareira da floresta a oitenta e oito passos da trilha após o anúncio do fim do mundo. Que tipo de entidade é tão exata? Embrulhei o papel reciclável e enfiei no bolso do moletom amarelo. Tentei não transparecer medo ou insegurança em meio a baderna do pavilhão, mas era impossível: Hazel havia anunciado os semideuses para o mundo e não sabíamos o que iria acontecer.

Com um comunicado televisivo, a oradora explicou com poucas palavras a existência do divino e de nossos iguais. Uma loucura, diga-se de passagem. Quantos holocaustos não acontecerão por diferenciações de raça na história da humanidade? Teria Roma uma grande proposta ou carta na manga que justificasse tal ato? O que aconteceria com a névoa? Havia muitas perguntas que ninguém conseguia responder — não a priori.

Os semideuses corriam pra lá e pra cá agitados, arremessando comida fresca e disparando murmúrios incertos. Uns gritavam sobre misericórdia divina, outros sonhavam com o momento da soberania. A bagunça era ensurdecedora, de fato. Quando os conselheiros começaram a tentar controlar a agitação, aproveitei para seguir a orientação designada pelo bilhete misterioso.

Caminhei para longe do pavilhão. Meus passos eram acelerados como o de uma vítima prestes a ser assassinada. Estava sob pressão e não sabia o motivo. A romana havia nos fadado à ruína, com certeza. Nada de bom poderia sair daquilo. Desviei de dois casais que seguiam para os chalés, seguindo pela trilha até a floresta fechada. As árvores cresciam a uma altura considerável, cobrindo parte do céu e engolindo aqueles que ousavam se aventurar no fim da tarde fria.

Estaria confortável perto da terra e da vegetação, mas a situação era diferente. Não conseguia controlar minha ansiedade, muito menos meu nervosismo. Meus braços soavam por debaixo do tecido. Meus pés doíam e minha trança começava a ficar encharcada de suor. Atravessei um punhado de arbustos após me perder na contagem de passos e me deparar com um espaço completamente diferente. As árvores eram mais baixas e formavam uma espécie de cúpula oval ao redor de um campo de terra arada.

No centro, uma estátua de mármore negro de alguns metros de altura observava a plantação vazia como se a guardasse de algo. A figura humana masculina tremeu no instante em que dei o primeiro passo sobre o solo amolecido. Seus olhos se abriram, assim como os braços se moveram. Gavinhas e outras plantas germinaram instantaneamente, atiçando meus sentidos e causando uma sensação que jamais havia sentido antes.  As plantas cobriram o homem que se sentava sobre o pedestal à beira de um mar verde.

[b]— Que bom que você veio, Yang —[/b] a voz da criatura era rouca e grave.

[b]— Quem é você? [/b]

[b]— Sou Adônis, muito prazer. [/b]

[b]— Nunca ouvi falar. Você é um deus ou algo assim? Devo me preocupar?[/b]

[b]— Estou aqui para te ajudar, Hanna. Sabe, represento para muitos o ciclo da morte da vegetação. Um pouco diferente de sua mãe, Deméter —[/b] ele encarou algumas vinhas que começavam a perder a coloração esverdeada [b]— Conheceu sua mãe, certo?[/b]

[b]— Prefiro não falar sobre isso —[/b] disparei. Minha família divina era um ponto complicado em minha vida.

[b]— Entendo. Enfim, pedi para lhe encontrar pois tenho um propósito. Seu pai, Hang, correrá perigo em breve. Sei que deixou tudo para que você alcançasse o acampamento em segurança, porém, o fim se aproxima. [/b]

[b]— Meu pai está bem. Ele me disse que ficaria bem. Por que devo acreditar em você?[/b]

[b]— Porque posso ajudá-la a protegê-lo. Interromper o ciclo da “semente”. Só preciso de um favor em troca.

— Devo adivinhar que será uma missão suicida, não é? É loucura sair do acampamento agora. Hazel acabou com nossas vidas![/b]

[b]— No momento certo, Yang. Considere como um tratado futuro. Seu pai permanecerá em segurança, assim como você no acampamento. Em breve, você me ajudará a encontrar o espírito de Triptólemo. [/b]

[b]— Quem? —[/b] reclinei a cabeça confusa.

[b]— O espírito da agricultura, responsável por ensinar os homens a colheita. Pense bem, Hanna. O mundo em que vivemos será transformado para sempre. Você prefere viver a própria sorte?[/b]

[b]— Eu… Não sei.[/b]

[b]— Tudo bem. Temos muita informação a ser processada hoje. Vá. Descanse —[/b] a estátua gesticulou com a mão direita, destruindo a vegetação ao seu redor. Uma única petúnia permaneceu intacta em sua frente [b]— Você tem vinte e quatro horas para salvar a si mesma e seu pai. Quando o ciclo desta semente se encerrar, a proposta será inválida. [/b]

De repente, tudo se iluminou. Meu corpo estremeceu e ao abrir os olhos, estava de volta em meu chalé. O odor de grama cortada invadiu minhas narinas. A luz fraca sobre o quarto piscou por um instante. Em minhas mãos, um pequeno vaso continha a petúnia criada pelo deus germinador. Encarei a criação da natureza com receio antes de perguntar a mim mesma: o que eu faço, mãe?



[spoiler=considerações]
Oi! Então, como isso aconteceu no passado, quis justificar o inicio de minha trama em relação aos espíritos/entidades da natureza, começando por Adônis (deus do fim do ciclo das sementes, a morte delas). Irei explorar cada uma das entidades e achei interessante justificar o motivo pra isso. Esperem próximos capítulos.
[/spoiler]

[spoiler=Itens]
Nenhum
[/spoiler]

[spoiler=habilidades]
Nenhuma
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