TrialsofDemigods


[Ficha] BRADLEY, King

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Mensagem por King Bradley Seg Fev 15, 2021 3:30 pm



King Bradley

dados básicos

Hades
progenitor
Resistência
filiação
17 anos
idade

História

Dia 16 de março de 1978. Em uma sala secreta subterrânea em Nova York.


[16/03/88 às 01:48:36AM][King]: - Ah, oi. Isso é tipo assim, uma entrevista algo assim? É um lugar até que legal aqui… Nessa sala escura e com você na minha frente. Parece um interrogatório da máfia…
[16/03/88 às 01:49:29AM]:[Desconhecido]: - (…)
[16/03/88 às 01:51:14AM][King]: - Já te falaram que você é uma pessoa muito receptiva? A maneira que você me encara como se quisesse me esfaquear é diferente. Ou talvez tá pensando nas coisas que queria tá fazendo e não aqui com um cara como eu. A vida não é muito justa, não é mesmo? Aposto que você tem coisa muito mais interessante para fazer. A gente pode ignorar tudo isso e cada um vai para seu canto. O que acha? Não? Certo… Certo. Devo tipo, contar a minha história? ...É realmente necessário isso? Ok. Ok. Ok.
[16/03/88 às 01:53:11AM][Desconhecido] - (…)
[16/03/88 às 01:54:35AM][King]: - Ceeerto. Eu realmente não sou muito bom nisso, sabe? Só para avisar...E eu não tenho lencinho para caso alguém comece chorar ao ouvir a minha história. Tipo, tô me referindo a mim, ok? Eu não choro de um jeito bonito… É tipo muito ranho e pouca lágrima. Eu sempre tentei chorar de um jeito diferente, mas não tem jeito. A parte boa é que eu só choro quando algo me deixa feliz, isso é raro. Mas tem alguns momentos da minha vida que eu gosto bastante… Tipo sair vivo quando eu acho que vou morrer… Acontece bastante sabe? É claro que acontece, por que eu tipo, tô vivo. Dããã..
[16/03/88 às 01:55:03AM][king]: -Você pode também acenar com a cabeça… Tipo ssiiim ou nãão. Ou tipo, cala boca… Eu vou entender cara. Minha família me manda calar a boca o teeempo todo. Eu costumo falar muuuuuito quando fico sem graça, tipo agora, conversando com uma pessoa que reage menos que uma porta. Mas tipo, você é uma porta bonita sabe? Imponente e tal… Não quero te ofender não. É séééério. Já viu aquelas portas das casas de rico? Três metros de largura Men, brilhosa e com aquelas maçanetas cromadas. Style.
[16/03/88 às 01:57:47AM][Desconhecido] - (…)
[16/03/88 às 01:59:13AM][King]: - Certo, vou começar pelo início então, antes que eu te ofenda mais sem querer haha. Infelizmente minha história começa bem antes da minha bisavó ser cogitada a existir… Vou contar como cresci escutando ok?
[16/03/88 às 02:00:01AM][King]:- Ok.


“Há muito tempo atrás, havia um semideus muito poderoso chamado Kingley. Muitos invejavam sua força e beleza, não existia monstro que pudesse derrotá-lo, parecia que ele havia sido especialmente agraciado pelos deuses com dons celestiais. Mas toda sua força com o tempo se converteu em ambição, ele passou a achar que era melhor do que os outros e até mesmo que os deuses. Ele passar a achar que a era dos deuses chegou ao fim e tal como os titãs, uma nova força deve ditar as regras. Os semideuses deveriam tomar o lugar dos deuses e assim governar a Terra por eles mesmo.  Instigado pelo seu senso de importância ele passa a procurar e se unir a outros semideuses poderosos, disseminava sua ideia em suas mentes e os convencia a segui-lo.”


[16/03/88 às 02:02:16AM] [King]: - Eu sempre achei essa parte bem estúpida. Quer dizer, uma carinha surge e te manda um papo desse e você simplesmente acredita? Pensa, não o cara tá certo. Quem vai reinar nessa porra agora sou eu! Sei lá, dizem que algumas pessoas tem essa aura carismática, mas ninguém desconfiou que ia dar merda?


“Kingley e os demais semideuses rebeldes se intitulavam como a Nova Era. O discurso deles rapidamente ganhou o apoio popular, os deuses eram muito egoístas e a maioria das coisas ruins que aconteciam era por culpa deles. Os mortais deveriam se governar e parar de serem usados nos jogos deles. A Nova Era era composta por um filho semideus de cada deus do Olimpo e divindades menores, até mesmo contou com a participação de espíritos da natureza. Havia apenas um deus que não tinha um representante: Hades. A jovem Mikhaela apesar de muito poderosa, não quis aderir ao movimento, se recusou a participar e implorou para que eles desistissem da ideia. Era uma insanidade o que estavam fazendo e que deviam pedir perdão por isso. Como resposta todos os presentes assassinaram cruelmente Mikhaela e partiram com seu corpo em pedaços até o Olimpo.


[16/03/88 às 02:04:03AM][King]: - Eu não sei bem o que eles tinham na cabeça… Quer dizer, eles tinham um plano? Como se destrona um deus? Eles ao menos refletiram sobre a questão? Eu sinceramente acho que ninguém pensou em nada… Só partiu para cima dos deuses e achando que ia ganhar no mano-a-mano. Óbvio que todos perderam. Os deuses estavam esperando eles, até mesmo Hades e então eles foram fulminados. Mas a morte não seria o suficiente para Hades, ele queria uma punição adequada pela morte de sua filha e então amaldiçoou todos.


“Vocês existiram sentindo fome, dor, frio, sede, impedidos de qualquer tipo de descanso, fadados a vagar sozinhos como fantasmas pela terra. Não serão capazes de ouvir ou falar com outros espíritos e até mesmo entre si. Viveram assim até todos se arrepender profundamente pelo que fizeram. E a maldição só terá fim, quando um filho meu nascer do sofrimento de um descente de seu Líder. Essa criança nascerá com o peso do erro de todos vocês, e ele poderá ou não cumprir um favor por cada um de vocês. Caso ele falhe ou se recuse, ficaram fadados a viver assim pela eternidade. O destino de vocês ficará a mercê de um filho meu, tal qual o triste destino de minha filha ficou nas mãos de vocês”


[16/03/88 às 02:08:17AM][King]:- Queria dizer que a coisa ficou por aí… Mas os deuses estão realmente irritados e para acabar com qualquer motim futuro, eles resolveram amaldiçoar o sangue de todos os descentes dos semideuses. “Servindo de exemplo” etc. Na época alguns já tinham filhos e essas crianças passaram a ter um cheiro muito mais apetitoso. Simplesmente viraram um super imã para monstro e outros tipos de problemas. E quando eles morriam sofriam a mesma sentença dos seus antepassados. Em resumo: eu descendo do aspirante a Hittler, o Kingley. E recebi seu nome por que a minha mãe achou que seria uma boa ideia. Eu, sinceramente, não sei o que ela tinha na cabeça… Enfim, a expectativa da minha família atualmente é de 35 anos… Isso por que somos bem preparados, antigamente a galera morrer cedo tipo com uns, sei lá, treze anos? Catorze? Isso, meio que quer dizer que já passei de metade do tempo de minha vida e isso é muito chato, sabe?
[16/03/88 às 02:10:08AM][King]: - Em todo caso, todo mundo tem um alta expectativa sobre meu futuro, eu meio que nasci de um jeito muito bizarro. Lembra da parte: ‘quando um filho meu nascer do sofrimento de um descente de seu Líder’ pois é, uma noite durante um pesadelo terrível minha mãe foi possuída pelo meu pai. Ela era casada com meu outro pai Brad e ele assistiu tudo. Claro que eles não sabem que eu sei disso, mas a vida é bem bizarra né? O Senhor Hades aterrorizou tanto minha mãe que seus cabelos ficaram brancos e depois de nove meses cá estou. Meu pai Brad, *sniff* ao contrário do que poderia esperar, sempre cuidou muito bem de mim.*sniff* Eles poderiam me odiar, *sniff* mas preferiram me amar, isso é algo que eu nunca vou entender muito bem… *sniff* Olha só, eu toooodo sentimental… Isso realmente me deixa sem graça, men… Foi mal, tem coisas..*sniff* que realmente *sniff* tocam meu coração. *sniff* Eu sou realmente, muuuito *sniff* sortudo!
[16/03/88 às 23:11:15AM][Desconhecido]:- Como você achou esse lugar?
[16/03/88 às 02:11:58AM][King]: - Ah, isso…Desculpa. *sniff* Você Eu disse que fico emocionado quando lembro das coisas boas da minha vida. *Sniff* Você teria um lencinho? Não? Mesmo? Ok entendi, não precisa fazer essa cara… * sniiiif*  Certo,certo, certo. Tudo começou comigo cantando Hey Jude…. Beatles. Conhece? Claro, né.
[16/03/88 às 02:11:58AM][King]: Então… Eu estava cantando essa música no banho. Ai eu terminei de me vestir e do nada surgiu um cara. Claro, ele não era um caaara. Na verdade, logo que eu vi ele percebi que ele não era mortal, era muito bonito. Ele era um deus. Thanatos. Ele meio que trabalha para o meu outro pai e foi por causa disso que ele tava ali. Ele me deu uma missão.
[16/03/88 às 11:12:01AM][Desconhecido]: - Prossiga.
[16/03/88 às 02:11:58AM][King]: Alguém, você deve saber quem, estava contrabandeando coisas do submundo. E alguém, ninguém tá te acusando aqui ok? Mas estava roubando do jardim de Perséfone e teve o azar de roubar algo inestimável. Uma maçã dourada. Eu não consigo nem imaginar quem… Você consegue? Então a minha missão era pegar esse cara e devolver a maça para Hades. Algo meio simples né?
[16/03/88 às 02:11:58AM][King]: Foi bem simples na verdade. No início a gente não tinha como saber, quer dizer pode ser qualquer pessoa e no início foi um pouco difícil rastrear. Mas a sacada não é procurar o comerciante, mas sim o comprador. Tive que esperar um tempo, essa parte foi beeem chata. Mas era uma questão de paciência e voilà eis que surge uma romã. Meu pai tem contato com vários tipos de pessoas, alguns fazem esse tipo de servicinho como você, ele é um filho de Hermes sabe? Entretanto você não era tão burro a ponto de participar das entregas, então precisei seguir seus homens e um deles me trouxe até essa casa. Depois quando eu estava escondido ouvindo vocês, escutei que você esconde a maçã dourada aqui. Mais cedo eu vi você abrindo o cofre e a senha era: 32-5-16-14, certo?
[16/03/88 às 02:12:01AM][Desconhecido]: - Como você… Devolva a maçã.
[16/03/88 às 02:31:42AM][King]: - Claro. Aqui, pode pegar. Eu estava saindo escondido, mas vacilei.. Triste, quase foi uma missão perfeita. Felizmente nós temos um plano para isso também. Basta eu te enrolar por meia hora, tempo suficiente para minha família acabar com o ninho de vocês!
[16/03/88 às 02:31:42AM][Desconhecido]: - Vá ver o... O que?
[16/03/88 às 02:31:42AM][King]: - Barulho de briga. Vozes.
[16/03/88 às 02AM][King]: - [Fim da gravação]


- Filho você está bem? - Minha mãe toma meu rosto entre as mãos e avalia os arranhões no meu rosto, sem graça dou um passo para trás e assim saindo do seu toque maternal. Atrás dela vejo meu pai esfaquear o último monstro no recinto e me olhar com o mesmo brilho de preocupação. - Eu estou bem! - E para tirar o brilho de preocupação deles completo. - Sério! Eles só falaram comigo, ninguém fez nada só naquela hora. Eu disse que os Cinocéfalos parecem piores do que são. Eu estou realmente bem…- Sorrio dando de ombros e pego a maçã em meio a pilha de poeira - Até que foi divertido. Mas eles não são os cérebros pensantes disso. Outra pessoa rouba as coisas...

-Esse é meu garoto! Bom a missão é devolver a maçã de ouro e é isso. Pegar o ladrão é outra história. - Brad me dá um abraço típico de Brad, me apertando como se quisesse quebrar minhas costelas no processo, e quando ele me solta não consigo não sorrir. - Qualquer dia desses você me mata asfixiado. - A voz da minha mãe é ouvida ao longe. - Temos que sair daqui. Eu estou com um sentimento ruim e acho que isso não é tudo. Foi muito fácil te achar e pegar a maçã dourada. - Isso era algo que estava me incomodando. Nosso plano correu muito bem, cumprimos a missão de Hades e já poderíamos seguir a nossa vida.. - Eu tenho a sensação que chegamos para roubar algo que estava desprotegido, por que os verdadeiros donos não estão em casa, mas estão chegando. - Ele avalia o quarto minúsculo e mal cheiroso em que estamos. - Vamos embora e temos que ter cuidado com armadilhas.

Brad, sendo filho de Hermes, é muito bom em avaliar a melhor hora para um roubo, quase um sentido para isso. Nada surpreendente quando se sabe quem é seu pai. - Então vamos sair daqui.- Meu pai me entrega uma mochila e minha espada. Pego rapidamente o gravador em cima da mesa e coloco dentro da mochila com a maçã. Sem olhar para atrás acompanho meus pais pelo estreito corredor, existe apenas uma porta ao final que leva ao portão por onde entramos. Contudo, ao abrir a porta nos deparamos em um lugar totalmente diferente, como uma caverna cheia de bifurcações. Atrás de nós a porta se fecha e desaparece. - Ah não... - Escuto minha mãe gemer. - Isso seria..? - Vejo a troca de olhares alarmados dos dois e um pequeno aceno afirmativo de minha mãe. Observo atentamente a minha volta, isso parece quase um… E antes que o pensamento se formasse escuto meus temores saírem pela boca de meu pai. - Estamos no labirinto. - Seu tom de voz sombrio me causa desconforto. - O labirinto de Dédalo.

Eu nunca odiei tanto a maldição da minha família como agora. Sabe o pior cenário possível? Ele corre em nossa direção. - Dizem que uma mortal consegue ver através do véu pode achar uma saída. - Meu pai encara minha mãe esperançoso. - Talvez isso seja apenas um contratempo que pode ser facilmente contornado. - Nem ele parecia acreditar no que dizia. - Eu acho… - Observo a minha mãe olhar em direção a um dos caminhos com a testa franzida. - Eu acho que estou conseguindo ver algo… Acho… Acho que é por ali. - Minha mãe sempre possuiu a visão, acho que dadas as circunstâncias era o mínimo conseguir enxergar os monstros que a caçam desde seu nascimento. - Vamos por aqui.
Caminhamos pela escuridão às cegas, segurando as roupas um dos outros, minha mãe a frente nos guiando e meu pai atrás de mim protegendo a retaguarda. Perco a quantidade de vezes que tropeço ou bato em algo no caminho, a única coisa que consigo fazer para minimizar isso é não gemer de dor ou susto. Começo a ouvir vozes, como chamados para me soltar dos meus pais e ir em direção da voz, mas antes que eu fizesse isso Brad me impede. - Eu também estou ouvindo, esse lugar é como uma armadilha gigante e estamos presos nela. - Esse comentário fez com que minha mãe caminhasse mais rápido. Em determinado momento o ambiente se torna mais claro, passei a conseguir distinguir o vulto dos corpos dos meus pais. Mas não é como se isso fosse algo bom.

Começo novamente a ouvir vozes, mas essas são diferentes, não estavam interessadas em nós e sim discutindo algo… E vinha diretamente do caminho a nossa frente. A luz se torna mais forte, consigo distinguir o rosto prematuramente envelhecido e preocupado de minha mãe. Nós aproximamos silenciosamente, agachados para não chamar a atenção da abertura iluminada. E ao olhar para lá meu coração perde um compasso, minha vontade é gargalhar alto tamanha é a nossa má sorte. Parecia uma grande câmara, onde no centro existe um ringue de boxe onde dois enormes Cyclopes brigavam. A sua volta, ensandecidos, vários tipos de monstros urrava e torciam para a vitória de seu favorito. E escancarada encontrava-se uma saída

- Fala sério. - Sussurro totalmente descrente e sorrindo de nervoso.

Sussurrando meus pais tentam decidir o que fazer, vendo a indecisão deles resolvi expor meu ponto de vista. - Sei que é arriscado, mas se viramos e tentarmos outro caminho, não sabemos o que vai vir… Pode ser algo bem pior do que isso.

-Vocês dois podem ir por esse caminho e eu posso procurar outro sozinha. Vocês dois correm mais risco se ficarem comigo…
-Qual é, - Meu pai responde irritado- somos semideuses. Mesmo sem sua maldição corremos risco, principalmente o King…
Resolvo falar o óbvio antes que começasse uma discussão. Já havia um tempo em que minha mãe queria se separar de nós por conta da maldição e agora não era hora de falarmos disso. -Nós temos que decidir rápido o que fazer, por sorte não sentiram nosso cheiro ainda e não temos tempo para brigar agora.

Minha mãe sorri para mim. - A voz da razão. - Ela volta a olhar para a multidão de monstros. - Posso tentar enganá-los… Criar uma ilusão e esconder você King. Ocultá-lo. Mas isso vai drenar as minhas forças… Temos que ser rápidos. Não sou muito forte.

Minha mãe, após ter ‘conhecido’ meu pai passou por um abalo mental muito forte. Ela não conseguia dormir, passou a ser atormentada por visões e perdia cada vez mais a sanidade à cada dia que passava. Brad rezou e fez várias oferendas a deusa Psiquê, para que a deusa ajudasse a ficar melhor e voltasse a si. A deusa se comoveu com situação, não apenas ajudou minha mãe como a tornou uma de suas Mentalistas. Se algum dia conhecesse a deusa, me a joalheria e agradeceria pelo o que fez.

Usando sua habilidade, minha mãe esconde minha presença e ao mesmo tempo cria uma ilusão no extremo oposto do salão. Os monstros se assustam e partem para cima da pequena criatura que não identifico. Aproveitamos a distração deles para seguir pelos cantos até a saída. Caminhamos lentamente, tentando não produzir nenhum barulho e chamar a atenção. Inconscientemente me impeço de respirar, com medo do meu cheiro ser muito forte e eles me sentirem. Pelo canto do olho percebo que minha mãe parece ter dificuldades de caminhar, seus poderes como Mentalista são muito limitados e ela estava indo além deles. E por isso já estava preparado para agir quando percebo seu corpo falhar e ela ameaçar cair ao chão.

Corro em auxilo e a adrenalina me faz erguer seu corpo, Brad imediatamente toma a frente e empunha sua espada. - Pega sua mãe e corra.

Obedeço imediatamente e adrenalina me ajuda a amparar o peso da minha mãe enquanto ela parece recobrar os sentidos. Mas mal dou dois passos em direção a saída e sou impedido. Um enorme Cyclope entra no caminho da saída, sou obrigado a empunhar minha espada com uma mão e com o outro braço apoiar minha mãe pela cintura para ela ficar de pé. O monstro empunha um bastão do tamanho de uma árvore. - Me deixe…Vá. - Ignoro suas palavras e me concentro nos monstros a minha volta. Odeio o fato de ser tão fraco e tremer sobre o peso do corpo da minha mãe. Queria ter mais do que meus catorze anos, consegui segura-la com facilidade e pulverizar todos esses monstros a nossa volta.

Antes que eu pudesse cair em desespero me obrigo a pensar racionalmente. ‘Estamos em minoria esmagadora. A partir disso temos três opções: Rendição, Cair Atacando ou Fugir. Rendição fora de questão, eles vão fazer um belo assado do nosso couro. Cair Atacando é mais um último recurso que me é tentador, mas… O ideal seria a fuga.’ Observo que a maioria dos monstros parecem ainda surpresos, não é todo dia que dois semideuses e uma mortal surgir no meio deles em meio ao clube da luta. Por meio segundo eu analiso o enorme Cyplope na minha frente, percebo que a criatura tem tranquilamente mais de 3 metros e meio de altura. Sorrio. - Mãe, a senhora acha que consegue correr sozinha?

-Sim. - Ela me empurra para o lado, soltando meu braço da sua cintura e ficando em pé sozinha. Mesmo que não conseguisse ela iria tentar, seu objetivo é me manter vivo e o meu é sair desse lugar de merda. Eles não parecem com pressa de nos atacar, começam a rir e agradecer pela janta a frente deles. Olho para meu pai e queria que ele lesse minha mente e entendesse o meu plano. O pequeno aceno de confirmação me dá uma esperança, ele sabe que eu pensei em algo e vai me seguir. Nós poderíamos lutar com qualquer um deles, mas apenas o maior protegia a porta e eles não sabiam nosso objetivo. Havia apenas duas coisas que eu conseguia fazer que vinha do meu progenitor, uma era ser atormentado por fantasmas e outra era evocar uma sombra sobre a minha lâmina. Pelo canto do olho vejo minha lâmina ficar negra e parto para cima do Ogro na porta.

Vejo seu golpe de bastão vir em minha direção, com agilidade saio da direção que estava correndo e vejo o bastão bater com força no lugar em que estaria. Farpas de madeira explodem ao meu lado, sinto uma delas entrar na minha bochecha mas ignoro. Aproveito o impulso da corrida para pular para cima do bastão, antes que ele possa soltar a arma corro pela sua extensão. Esse é um daqueles momento em que não pensamos a respeito da merda que estamos fazendo, apenas fazemos e não existe nenhum pensamento muito profundo em mim neste momento. Acho que se eu pensar vou ficar apavorado e não farei nada. Então eu continuo correndo, subindo por seu braço esticado até seu ombro e desfiro um golpe mirando em sua jugular.

Não chego a decapitá-lo, mas o corte é suficiente para ele olhar para mim com ódio e se desintegrar em uma explosão de poeira. Eu sei, pode parecer algo habilidoso de se fazer, mas a verdade é que eu tive sorte. Eu era a menor ameaça se comparado com meus pais, não esperavam o ataque tão aberto como esse, basicamente me aproveitei do elemento surpresa e obtive sucesso. Não existe glória nisso. O olhar de ódio deixou bastante claro, ele foi pego de surpresa e estava gravando meu rosto para a revanche. Em todo caso a queda foi menos heróica que a subida, consigo cair e rolar para amenizar o impacto. Contudo sinto meu tornozelo esquerdo doer de um jeito nada bom: algo entre gravemente contundido à quebrado.

Corro para a saída mancando, toda a ação durou poucos segundos, e os monstros hesitam o suficiente para eu chegar até a porta. Pelo canto do olho vejo minha mãe correr logo atrás de mim, consigo sair do labirinto e seguro a porta. No momento que meus pais passarem posso fechar a passagem, talvez os monstros fiquem presos dentro do labirinto como nós. Mas no momento em que minha mãe está chegando na porta, olho para onde meu Pai corria. Em câmera lenta e horrorizado vejo Brad ser arremessado para a parede do outro lado da câmera, cair no chão como um boneco que teve suas cordas cortadas e grito em desespero. Minha mãe com lágrimas nos olhos observa isso acontecer mas continua correndo até mim. Eu dou um passo para dentro, sem nenhum plano em mente, apenas querendo chegar até Brad, quando minha mãe me empurra para fora. Caio de costas no chão no lado de fora do labirinto.

Eu não sei o que estava sentindo naquele momento, tudo parecia em câmera lenta e inacreditável. Mas no momento em que minha mãe segura a porta, um monstro puxa suas pernas e ela fica pendurada no ar, por um segundo a vejo sendo puxada pelos monstros e se agarrando nas portas. No segundo seguinte as portas estão fechadas e eu estou sozinho em um beco. Me levanto e corro até a porta e tento abrir sem sucesso. Começo a socar a porta com toda minha força, chamando pelos meus pais e ignorando a dor das pancadas. Percebo que minhas mãos começam a sangrar, mas continuo batendo e implorando para qualquer um me ajudar. Eu continuaria batendo até minhas mãos virasse carne moída se não fosse a voz que escuto ao meu lado. -Pare King…

Imediatamente paro, as lágrimas nublam a minha visão e esperançoso olho para a origem da voz. Para Brad. E meu coração se parte. - Filho não faça isso com você. - A dor me impede de falar e eu só consigo encarar a versão opaca de meu pai. - Não é culpa sua ok? Por favor só peço que não se sinta culpado pelo que aconteceu…Você não tem como mudar isso. - Minha vontade é abraçá-lo mas fico com medo de me mover e  ele sumir. Vejo ele dar de ombros, como geralmente fazia quando queria fingir que não se importava tanto assim com algo. - Eu sempre soube que iria morrer cedo. Era nossa hora. - Nossa. Não minha. A imagem da minha mãe surge em minha mente e eu sinto falta de ar.

- Respire. Tá tudo bem. Sério. Eu estou feliz que meu filho está bem. -Eu caio de joelhos no chão, eu queria não sentir nada... Queria estar morto com eles. - Eu tenho pouco tempo e tenho apenas um pedido: quebre a maldição. Nós vamos te esperar juntos e não teremos pressa. Quero que me conte como viveu sua vida. Nós conte. - Eu não sentia nada, anestesiado observo sem ver e escuto sem entender. - Foi um privilégio ser seu pai, mas sei que não sou o único e agora é o momento de conhecer melhor o outro lado da família. Eu amo você King.

Então ele se vai.

Eu não sei por quanto tempo permaneci ali, deitado em posição fetal no beco escuro, tudo que eu queria era que um raio caísse na minha cabeça, ou que meu coração parasse de bater ou meus pulmões parecem de funcionar. Eu estava sozinho, minha família estava morta e nada mais importava. Já estava quase amanhecendo quando escuto uma voz que soou familiar mesmo eu não lembrar de ouvi-la antes.

-Se quiser tanto assim morrer, você pode correr até aquela rua e um carro desgovernado vai despachá-lo para meu reino.

Respondo sem um pingo de malícia. -Talvez eu faça isso.

-Talvez você faça. - E em tom indiferente acrescenta- Mas primeiro eu quero a maçã dourada.

Descontente percebo que a mochila encontrava-se intacta, tiro ela das minhas costas e jogo aos seus pés. Espero ele sumir, mas ele permanece em pé me encarando. - A morte faz parte da minha existência e da existência dos meus.

-Você é mesmo meu pai? - A pergunta sai sem que eu tivesse formulado ela.

- Sou. - Não havia sentimento na resposta, um tom tão vazio como me sentia. Eu não ligo, não existia em mim um sentimento paternal por ele.

- Certo. -Eu me levanto, mesmo que minha vontade era ficar ali deitado para sempre, vou até a mochila e retiro com cuidado a maçã dourada. Com ela em mãos encaro meu progenitor. Seu olhar era frio e poderia estar temendo seu poder se eu não estivesse tão anestesiado. Seus olhos negros eram parecidos com os meus: não havia amor ali, mas também não havia aversão ou desagrado. Acho que eu poderia ficar feliz por isso. Ofereço a maçã para ele. - Peço desculpas pela grosseria, como pedido pelo senhor aqui está a maçã dourada. -Sorrio, um sorriso tão desprovido de humor como os olhos negros do deus à minha frente. - Minha família mortal está morta, estou sozinho e acabei de perceber que o Senhor é o meu único possível aliado. - Faço uma pequena reverência olhando para o chão enquanto ele toma de minhas mãos a maçã. - Estarei a seu serviço, pai.

Ao voltar a olhar para Hades, não fico surpreso por ele ter sumido e me deixado sozinho. Entretanto, sob minha cabeça um simbolo brilha, o símbolo de meu Progenitor. Fui reclamado e naquele momento aquilo não significou nada. Dizem que isso é algo importante e muitos semideuses vivem suas vidas a espera disso. Eu deveria sentira algo, mas me sinto tão vazio que apenas fito o céu que começa a clarear. Pouco tempo depois o sol finalmente nasce no horizonte, a luz por um momento me cega e então aos poucos começo a perceber o lugar em que estou. Na verdade até então nem tinha registrado que era noite. Meu mundo acabou, nada precisava fazer sentido depois disso, ou talvez a minha morte e assim poder compartilhar o destino da minha família.

Lembro do último pedido de meu pai, que eu deveria quebrar a maldição e assim todos poderíamos ficar juntos. Morrer em seguida me parece um bom fim. Um pouco mais lúcido e começando a realmente observar o meu entorno, uma pequena parte do meu cérebro se perguntou quanto tempo ficamos no labirinto. Talvez dias, o tempo passa diferente em seu interior e se eu ainda estava em Nova York. Mas eu deveria me importar mais para realmente ligar para isso. Não precisei caminhar muito para perceber que estou em Las Vegas, Brad e eu sempre brincamos com a ideia de vir aqui e jogar loucamente nos cassinos. Talvez eu devesse fazer isso por nós dois.

Caminhando sem rumo pelas ruas sou parado por um atendente de um hotel. - Aqui Senhor, seu cartão. - Pego o cartão por reflexo. Leio em voz alta. - Hotel Lótus. - O atendente praticamente me empurra para o interior do prédio. - Seu quarto já está pronto, temos várias sessões de jogos de cassino e uma refeição já está o aguardando no seu quarto. -Eu sei, devia me preocupar como eu pagaria por aquilo, mas a verdade é que naquele momento eu só queria me desligar da realidade por alguns dias. E o Hotel Lótus parecia o lugar perfeito para fazer isso, então sem perguntas me encaminho para meu quarto. Jogo a mochila em cima da cama e vou tomar um demorado banho. Ao sai percebo que a mochila estava entreaberta e o gravador estava jogado ao lado. Ignoro o sentimento que aquilo me recorda e desço para a sessão de jogos.

Não vai fazer mal algum eu passar alguns dias aqui.


[b]OBS OFF:
[/b]Observações:
- Eu pretendo desenvolver a história completa da maldição da família, bem como o relacionamento e motivações dos membros em uma DIY .
- Defendo apenas um ponto na história que achei melhor não aprofundar agora: a ausência de sentimentos de King por Hades. O primeiro ponto seria a  missão ‘simples’ que causou a morte dos pais.  O menino já perdeu outros membros da família por muito menos, todos eles vivem sabendo que morreram em algum momento e que a maldição é muito forte. Muitos tiveram mortes bem estúpidas. Então nesse ponto, ele sente mais raiva da fraqueza e dependência de ser protegido, do que pela missão em si. Sendo assim ele não odeia o pai por isso. O segundo ponto é a forma como ele foi concebido. King foi muito amado pelos pais e todos vêem ele como uma salvação. A maldição dizia que para o nascimento dele existiria um preço doloroso. As mulheres da família sempre estiveram a par disso, aceitariam passar por isso de bom grado se todos se salvassem no fim. O nascimento dele veio como um raio de esperança. Outra visão que a família tem é: na hora que Hades amaldiçoou Kingley ele estava enfurecido, e com o passar dos anos talvez sua fúria possa ter se dissipado mas, ele estaria preso a maldição como eles. Então o nascimento de King pode ser algo que nem o próprio Hades tivesse interesse. Sendo assim, sob essa ótica, o deus pudesse ser  uma vítima indireta da própria maldição.

Perfil Psicológico
Eu fui criado para ser muito educado, dada a maldição da minha família eu preciso sempre tratar todo mundo bem, fingir que não guardo rancor dos deuses que ferraram a minha vida e de todos que eu amo. Infelizmente, de tempos em tempos eu posso, tipo assim, falar demais. Podendo soar inconveniente e/ou impertinente, ofendendo alguém no processo. Claro, sem querer, na maioria das vezes pelo menos… Só tipo, escapa. Por sorte, costumo me adaptar bem, tenho certo talento para contar inverdades e improvisação. Sou bom em me esconder, uma vida fugindo e sendo caçado faz aflorar vários tipos de talento. O que o desespero não faz…
Não tenho muito interesse na vida alheia ou nas coisas em geral, queria que os deuses resolvesse seus problemas sem precisar de nós, mas quem sou eu na fila do pão? Busco ao máximo não me envolver nas situações ou me preocupar com as coisas. A vida é muito curta e ficar vivo é a única meta. Contudo, eu tenho um defeito fatal: eu sempre tento fazer o que é certo. Às vezes é fácil, como quando cai uma nota de dinheiro do bolso de alguém e você pega do chão e devolve. E às vezes é quebrar uma maldição centenária e correr o risco de morrer no processo. Fazer o certo nem sempre é fácil, mas eu não ligo de morrer pelo que eu acredito e busco.

Outro inconveniente é que eu tenho um problema com a palavra não. Se alguém está sofrendo, mesmo que não peça a minha ajuda, mas está em meu poder ajudar, eu ajudo. Isso é algo que me incomoda, porque rola mesmo quando eu não gosto da pessoa em questão. Queria mudar isso em mim, me pouparia muita dor de cabeça. Também posso ser meio rancoroso, mas não vingativo, eu vivo pelo peso de uma vingança e não desejo isso a ninguém. Nunca pesquisei a respeito, mas costumo sentir vontade de rir quando estou com medo e chorar quando estou feliz. É meio patético, eu sei. Dizem que sou inteligente e perspicaz, mas sinceramente eu duvido disso o tempo todo. Eu não gosto do fato de nunca ter tido amigos, só convivi com meus pais a vida toda e nem por onde começar esse lance de amizade. No fim acho que isso faz parte de ser quem eu sou, talvez um dia eu consiga ter alguma, mas não vamos criar expectativas. E por último e não menos importante, amo muito minha família, não tenho vergonha disso. Em especial seu padrasto Brad que considero como meu pai verdadeiro.
Atributos
FORÇA
1
INTELIGÊNCIA
1
CARISMA
1
AGILIDADE
1
MAGIA
2
RESISTÊNCIA
1
conquistas
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King Bradley
King Bradley
Hades
Masculino

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Mensagem por Afrodite Ter Fev 16, 2021 10:29 am



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Filiação
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